São vários os sistemas que regulam os aspectos do desenvolvimento e crescimento em uma planta. Dentre os 5 principais grupos de fitormônios, podemos classifica-los em promotores (auxinas, giberelinas e citocininas) e em inibidores de desenvolvimento (etileno, ácido abscísico). O avanço dos estudos nos permite ir além dos principais e hoje, também são considerados hormônios vegetais, tais como os brassinosteroides, salicilatos, poliaminas e os jasmonatos.
O grupo de hormônios vegetais dos jasmonatos foi descoberto quando se isolou o ácido jasmônico (AJ) de plantas de Jasminum grandiflorum L. O AJ é formado através da rota octadecanóide e quando liberado no citoplasma, forma o metil jasmonato (MeJA), age como sinalizador, ativando a transcrição de genes de defesa no núcleo da célula e de células vizinhas. Por isso, um dos principais processos de atuação destes compostos é o mecanismo de defesa das plantas.
O AJ e seu metil éster, o metil jasmonato (MeJA), são coletivamente chamados e pertencem a família de derivados de ácidos graxos oxigenados produzidos na via de metabolismos de ácidos graxos poli-insaturados. Os maiores níveis de jasmonatos são observados no ápice caulinar, no radicular e em estruturas jovens (folhas e frutos), sendo que os níveis aumentam rapidamente em reposta a ferimentos, ataque de pragas e de patógenos. Os processos metabólicos relacionados a defesa das plantas são ativados, resultando na liberação de compostos voláteis. Também, a expressão dos genes de defesa ocorre através da produção de toxinas (nicotina, compostos fenólicos e flavonóides) e proteínas específicas, como as que prejudicam a digestão nos insetos (proteínas inibidoras de proteases).
Para que haja a síntese de AJ é essencial a presença do ácido linolênico e, por esta razão, plantas com maior concentração desta substância podem apresentar maior eficiência no sistema sinalizador, aumentando a tolerância aos estresses. O nível endógeno de AJ na planta pode variar em função do tecido, tipo celular, estádio de desenvolvimento e pelas condições do ambiente. Sua produção passa a ser inibida na presença de ibuprofeno, pois assim, a reação de lipoxigenase também será inibida e ela é precursora do AJ.
Em relação ao modo de ação dos jasmonatos, são três etapas principais envolvidas, sendo elas a percepção do sinal, transdução do sinal percebido e os alvos primários da ação do hormônio. São muito importantes em relação ao desenvolvimento e crescimento das plantas, atuando em diversos processos como: promover a senescência; ativar enzimas de degradação de clorofilas e da enzima Rubisco; ativar a indução da biossíntese de etileno; retardar ou inibir o crescimento vegetal, por bloquear a incorporação de glicose; estimular o fechamento dos estômatos; induzir ou inibir a germinação em sementes devido a alteração a sensibilidade das mesmas ao ácido abscísico (ABA); em condições de estresse, pode aumentar a tolerância das plantas a patógenos e pragas e atrair inimigos naturais por serem compostos voláteis.
Por ser uma substância lipofílica, atravessa facilmente as membranas, podendo ser transportado pelos feixes vasculares, principalmente pelo floema. A volatilização de MeJA também permite que outros órgãos ou plantas vizinhas sejam atingidos. O acúmulo de AJ no cloroplasto ocorre durante o dia, uma vez que a luz estimula sua biossíntese, e a noite o AJ é liberado para o citoplasma e inibe a expressão de genes envolvidos na fotossíntese (Fagan et al., 2015).
Na agricultura atua com a finalidade de possibilitar maior desenvolvimento e produção, principalmente na fruticultura com a finalidade de provocar acúmulos de reservas. O acúmulo de antocianina pode ser controlado pela luz e também pelos jasmonatos (Kazan e Manners, 2011; Chen et al., 2007). E por isso, a aplicação exógena da substância promove ainda mais o acúmulo deste pigmento.
A importância da compreensão dos papéis desses fitormônios na tolerância de plantas ao estresse abiótico, contribuirá para o desenvolvimento de plantas cultivadas tolerantes a uma ampla gama de ambientes.