O setor do agronegócio brasileiro encerrou o ano de 2019 de maneira positiva: o PIB do agronegócio cresceu 3,81% em relação ao ano de 2019. O maior destaque do agronegócio em 2019 foi o ramo pecuário, que obteve um crescimento de 23,71% (Fonte: Cepea, 2020).
Já em relação ao papel dos pequenos negócios neste setor da economia brasileira, referente aos dados de maio de 2019, têm-se que das 503.744 empresas agropecuárias, 59.916 são consideradas pequenos negócios, representando 11,89% do total (DataSebrae, 2020).
Já o Censo Agropecuário de 2017 realizado pelo IBGE levantou um total de mais de 5 milhões de propriedades rurais em todo o Brasil e destaca que 77% dos estabelecimentos agrícolas do país foram classificados como da agricultura familiar.
Ou seja, quando falamos do agronegócio brasileiro, as pequenas empresas têm um importante papel. Por isso, trouxemos no post de hoje as principais tendências que vão afetar os pequenos negócios no agro nos próximos anos.
Principais tendências
Quando o assunto são os pequenos negócios, os 3 (três) pontos a seguir trarão impactos para o seu desempenho. Vamos entender melhor?
Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira
A Embrapa lançou em 2018 o documento Visão 2030: o futuro da agricultura brasileira que identificou 7 (sete) megatendências para a agricultura brasileira:
- Convergência tecnológica e de conhecimentos na agricultura;
- Intensificação e sustentabilidade dos sistemas de produção agrícolas;
- Mudanças socioeconômicas e espaciais na agricultura;
- Mudança do clima;
- Riscos na agricultura;
- Agregação de valor nas cadeias produtivas agrícolas
- Protagonismo dos consumidores.
Essas megatendências afetam o setor agropecuário como um todo. Porém, os pequenos negócios tornam-se mais vulneráveis a elas, no sentindo que os impactos causados são muito mais intensos.
Negócio de AgTechs
AgTech é um termo que denomina empresas que promovem inovações no setor do agronegócio por meio de novas tecnologias aplicadas no campo como, por exemplo:
- softwares;
- iniciativas voltadas para a criação de alternativas energéticas;
- aproveitamento de resíduos;
- controle ambiental;
- monitoramento;
- biotecnologia e sementes.
Dessa forma, as AgTechs podem envolver soluções relacionadas com equipamentos agrícolas, informações meteorológicas, melhoramento genético, fertilizantes, herbicidas, sistemas de irrigação, sensoriamento remoto, além da análise de grandes volumes de dados agronômicos para obter melhorias na produtividade (Teng, 2017).
No último panorama sobre as AgTechs, temos no Brasil um total de1.125, sendo 391 com soluções eficazes para utilização dentro da fazenda e as demais oferecem tecnologias com aplicabilidade fora das propriedades rurais (Fonte: Radar Agtech Brasil, 2019).
Assim, é importante que os pequenos negócios introduzam tais tecnologias no seu processo produtivo mesmo porque inovação não é sinônimo de alto investimento.
Redução no uso de agrotóxicos
Uma outra característica dos pequenos negócios agrícolas é o menor índice no uso de agrotóxicos em comparação com a produção em escala. Além disso, o produtor rural também pode contar com recursos tecnológicos que auxiliam na redução do uso de agrotóxicos, tanto químicos ou biológicos. É importante destacar que, nos últimos anos, tem aumentado a demanda do consumo de produtos agrícolas com o menor uso de agrotóxicos e essa pode ser uma tendência para alguns pequenos negócios brasileiros de setor da agricultura.
Quer acompanhar todas as inovações e tendências para o setor agrícola? Temos um post que vai te interessar: “O coronavírus e o agronegócio brasileiro”. Acesse o site Agrotécnico e assine nosso newsletter para ficar por dentro de todas as novidades.