Deficiência nutricional em plantas se soma aos tantos desafios para um produtor rural. Garantir que as culturas cresçam e se desenvolvam com saúde é uma das principais metas de trabalho. Diante do ataque de pragas, por exemplo, aplicar soluções que ajudem a limpar a plantação é essencial.
Também nesses contextos, cuidar do pleno desenvolvimento da planta é uma tarefa primordial que envolve muitos desafios. Entre esses desafios estão, justamente, a identificação e resolução da deficiência nutricional em plantas.
Falaremos deste processo no presente artigo. Fique conosco para saber tudo sobre o assunto.
O que é deficiência nutricional em plantas?
A deficiência nutricional em plantas consiste na falta ou diminuição da presença de um nutriente na cultura da soja, influenciando no desenvolvimento da cultura e, com isso, prejudicando seu crescimento.
Os nutrientes são aqueles elementos minerais que, presentes no solo, são absorvidos pela soja, de modo a serem utilizados para diversas funções no metabolismo da planta.
Sintomas da deficiência nutricional da soja
A deficiência nutricional em plantas é um processo invisível, já que estamos falando da nutrição de plantas e, portanto, algo que acontece ao nível metabólico.
O principal sintoma da deficiência nutricional da soja ocorre através de alguns sinais visíveis, especialmente no que diz respeito à coloração das folhas. No entanto, podem haver outras manifestações da carência nutricional.
Diagnose foliar visual
Para realizar uma adequada nutrição foliar vários fatores devem ser considerados, mas uma pergunta precisa ser respondida, como saber quando realizar a nutrição foliar na lavoura?
É necessário conhecer as fases da cultura presente no campo, saber em qual momento a planta necessita de determinado nutriente que deseja aplicar, fique atento pois a época de aplicação é de grande importância, pois muitas vezes as plantas já estarão com carência do nutriente, então a aplicação tem que ser realizada o quanto antes.
É essencial acompanhar o desenvolvimento da cultura e em qualquer sinal, realizar rapidamente uma análise foliar. Para isso, geralmente é observado no campo sintomas de deficiência de algumas plantas e amostra são coletadas e enviadas para um laboratório. Em outros casos, a necessidade pode ser contatada por análise de rotina, sendo possivel observar qual nutriente está limitando a produção.
No geral em áreas com culturas anuais a amostragem é realizada antes ou no florescimento e para culturas perenes depende da espécie. Na tabela abaixo são listadas algumas culturas e as instruções para coleta.
Fonte: Adaptado de Esalq
Com a análise foliar pronta deve ser feito o comparativo com os teores de nutrientes definidos, assim de acordo com a cultura presente no campo verifique se há necessidade ou não de aplicação. Fique atento, pois pode haver uma tabela de concentrações de nutrientes diferentes para sua região.
Fonte: Embrapa.
Constatado a deficiência de um determinado nutriente é necessário fazer o planejamento da aplicação, no caso de culturas perenes, já pode determinar a melhor época para aplicação da nutrição foliar.
Já para culturas anuais como é realizada geralmente na época do florescimento, a estratégia de aplicação de nutrientes deve ser feita para próxima safra, determinando as melhores épocas de aplicação.
No entanto, há recomendações para realizar uma coleta de folhas em culturas anuais, após a expansão da quarta folha verdadeira, assim é possível fazer um diagnóstico precoce e correção do que necessita.
Os sintomas visuais nas folhas também podem ajudar na identificação de falta de nutrientes, assim como a falta, o excesso de nutrientes pode ser prejudicial para a planta.
Nutrientes: sintomas de deficiência
- Nitrogênio (N): está associado ao crescimento vegetativo da planta, participando da fotossíntese das plantas. Desse modo, os sintomas gerais da falta de nitrogênio são apresentados primeiramente em folhas mais velhas, ocorrendo amarelecimento generalizado das folhas por falta da clorofila, podendo ocorrer redução do crescimento da planta.
- Fósforo (P): está presente em diversos processos energéticos, fazendo parte da molécula de ATP que fornece energia para processos metabólicos. Os sintomas de deficiência ocorrem primeiramente em folhas mais velhas. As plantas com falta de fósforo tem porte pequeno, e as folhas têm coloração verde-escuro, azulado ou bronzeada.
- Potássio (K): atua na ativação enzimática, regula o fechamento e abertura dos estômatos e regulação osmótica dos tecidos. Tem alta mobilidade, assim vão para folhas jovens, desse modo os sintomas de deficiência aparecem primeiro em folhas velhas. O sintoma característico é a clorose amarelada na ponta da folha velhas podendo chegar a necrose, movendo-se da ponta para a base foliar.
Fonte: Solum laboratório.
- Cálcio (Ca): uma das participações do cálcio na planta é a estabilidade estrutural e fisiológica dos tecidos, e também permeabilidade das células e tecidos e ativador enzimático. Por ser pouco móvel na planta, sua deficiência aparece nas folhas jovens, que ficam menores, com clorose nas nervuras e encurvamento das folhas.
Fonte: Rehagro.
- Magnésio (Mg): é importante nos processos da fotossíntese, por participar da molécula de clorofila, também é um nutriente ativador de enzimas relacionadas à síntese de ácidos nucléicos e carboidratos. Por ser móvel na planta o sintoma de clorose internerval, podendo ocasionar necrose do tecido, aparecem nas folhas mais velhas. Em algumas espécies como de cultivares de uvas tintas, as manchas tomam coloração arroxeada, evoluindo.
Fonte: Embrapa.
- Enxofre (S): participa do metabolismo dos carboidratos e lipídeos, sendo componente de diversas enzimas e coenzimas. Os sintomas se assemelham aos da deficiência de N, a diferença é que aparecem em folhas novas devido à baixa mobilidade do S no floema.
Fonte: Embrapa.
- Ferro (Fe): o ferro participa de diversas funções enzimáticas, como catalase, peroxidase, nitrogenase, entre outras. Fe também está presente nos cloroplastos e com a deficiência ocorre clorose uniforme nas folhas novas devido à diminuição do teor de clorofila.
Fonte: Lange e colaboradores.
- Manganês (Mn): participa na síntese de lignina, assim é relacionado com a melhoria de tolerância às doenças, além disso, atua diretamente na fotossíntese e ativação de enzimas de crescimento. As folhas novas são as primeiras a apresentarem sintomas, que são caracterizados por clorose internerval.
Fonte: FieldCropNews.
- Zinco (Zn): é precursor do AIA (ácido indolacético) que participa do crescimento da planta, além da desidrogenase, participando da integridade da parede celular, e sua falta prejudica a síntese de proteínas. Por ter baixa mobilidade no floema, seus sintomas são primeiramente observados em folhas novas, que ficam cloróticas, com redução de tamanho e deformação.
Fonte: CaféPoint.
- Boro (B): a função do boro na planta é estrutural, fazendo parte da membrana e parede celular. Sua deficiência aparece em folhas mais novas, com sintomas de alteração da coloração, ocorrendo clorose podendo chegar a necrosar o tecido da folha.
Fonte: Hansel e Oliveira.
- Molibdênio (Mo): importante para fixação biológica do nitrogênio na cultura da soja, participando da nitrogenase. Está relacionado com o nitrogênio nas plantas, assim seus sintomas são parecidos com os do N em folhas mais velhas.
Fonte: Univasf.
Os sintomas descritos acima são os mais observados para as culturas no geral, no entanto dependo da espécie a deficiência de algum nutriente pode apresentar sintomas específicos. Por isso é importante, ao observar os sintomas, realizar a análise foliar.
Danos que podem ser causados pela falta de nutrientes
A falta de nutrientes tem um impacto direto no crescimento e desenvolvimento da soja, fazendo com que cresçam menos do que deveriam ou, então, as folhas se desenvolvam em menor tamanho.
Outra consequência está ligada à aparência das folhas, no entanto, já abordamos isso acima ao descrever as principais e mais deficiências nutricionais.
Como consequência da carência de nutrientes, a produtividade cai vertiginosamente.
Sintomas da toxicidade de nutrientes em soja
A toxicidade de nutrientes em soja consiste no excesso de certos nutrientes na planta, o que também é prejudicial para a cultura. Para combater esse excesso, será preciso diminuir o fornecimento de nutrientes.
Entre os sintomas mais comuns, estão as pontes de necrose ou necrose nas extremidades das folhas.
O antídoto para a ausência de nutrientes não é a estimulação da presença em excesso. A toxicidade de nutrientes pode gerar efeitos negativos na soja, como a redução do crescimento e afetações no desenvolvimento.
Conclusão
Neste artigo, conferimos um pouco mais sobre deficiência nutricional em plantas, que consiste na falta ou diminuição da presença de um nutriente na cultura de soja, influenciando no desenvolvimento da cultura e, com isso, prejudicando seu crescimento.
Conhecemos os principais tipos de deficiência nutricional, dentre as quais destacamos:
- deficiência de nitrogênio;
- deficiência de fósforo;
- deficiência de potássio;
- deficiência de boro;
- deficiência de manganês;
- deficiência de ferro;
- deficiência de cálcio
Além da deficiência de nutrientes, vimos também quais são os principais sintomas e danos causados pela toxicidade de nutrientes, ou seja, a presença em excesso.
Gostou do nosso conteúdo? Receba outros materiais com este diretamente em sua caixa de entrada. Deixe seu e-mail abaixo e cadastre-se em nossa newsletter:
0 comentários
Trackbacks/Pingbacks