aminoácidos

Indução de Resistência , o Ác. Salicílico e o ASM

por | 2 jun, 2018 | Agrotécnico

aminoácidos

A primeira fitoalexina caracterizada quimicamente foi a pisatina, isolada de plantas de ervilha (Pisum sativum). Desde sua descoberta, inúmeras outras fitoalexinas foram obtidas de plantas cultivadas como feijão, soja, ervilha, batata, tomate, alface, algodão, arroz, cevada e banana, entre outras.

Acredita-se que a maioria das plantas sejam capazes de sintetizar fitoalexinas, mas algumas a fazem de maneira muito lenta, permitindo que o microorganismo complete a infecção antes que haja o acúmulo dessas substâncias em quantidades suficientes para inibi- lo. Para diversas interações planta-patógeno foi demonstrado que a velocidade de acúmulo das fitoalexinas é um dos fatores decisivos para o estabelecimento ou não da infecção.

O uso de estratégias alternativas de controle de doenças têm despertado bastante interesse, principalmente pelo potencial de uso comercial e pequeno impacto ao meio ambiente. Temos visto que a indução de resistência em plantas suscetíveis confere proteção significativa contra um amplo espectro de microrganismos, através da ativação dos mecanismos de resistência das plantas, associada à expressão coordenada de um conjunto de genes de defesa, como é o caso do acibenzolar-S-methyl (ASM).

“Temos visto que a indução de resistência em plantas suscetíveis confere proteção significativa contra um amplo espectro de microrganismos, através da ativação dos mecanismos de resistência das plantas”

O éster S-metil do ácido benzo-(1,2,3)-tiadiazole-7-carbotioico, ou ASM, análogo do ácido salicílico, pode induzir RSA contra bactérias, fungos e vírus (RESENDE et al., 2002; COLE, 1999). Dentre os indutores químicos, o ASM apresenta efeito indutor de resistência em condições de campo em várias culturas, contra amplo espectro de patógenos e o mais estudado dentre os indutores químicos, pois é o que mais se assemelha ao Ácido Salicílico. Nas suas respostas fisiológicas podemos considerar a mesma resposta tanto para o ASM quanto para o AS.

Essa resposta pode ser observadas em pesquisas que evidenciaram a indução de resistência sistêmica em diversos patossistemas.

Além da possibilidade da aplicação exógena para promover a formação de fitoalexinas no controle de patógenos de plantas, outra alternativa é a modificação dos vegetais por engenharia genética, transferindo os genes responsáveis pela síntese destes metabólitos, através de técnicas de biologia molecular.

No trabalho realizado pela Emprapa, pode-se observar que apesar do tratamento envolvendo o ASM de contemplar nenhuma aplicação de fungicida, obteve produtividade superior à testemunha e igual ao tratamento padrão com duas aplicações de fungicida. Foi colocando, também neste trabalho que é preciso ter cautela com a aplicação deste indutor visando o controle após a infestação, pois a diferença de produtividade da soja sugere haver uma interação, quando aplicados anteriormente ao aparecimento da Ferrugem-asiática-da-soja, e posteriormente feito o controle com defensivos.

Vários pesquisadores testaram diversas doses de silicato de potássio, além de acibenzolar-S-methyl (125 g de i.a. ha-1) e fungicidas protetores e sistêmicos no controle da ferrugem-asiática-da-soja em condições naturais de campo. Os autores não observaram efeito das doses de silicato de potássio, porém foi obtida resposta intermediária com acibenzolar-S-methyl, assemelhando- se àquela proporcionada pelo fungicida mancozebe.

Em 2006 os pesquisadores Dallagnol et al. notaram o efeito positivo de acibenzolar-S-methyl, sozinho ou em mistura com fungicidas, no controle de manchas foliares causadas por Septoria glycines, Cercospora kikuchii, C. sojina e Colletotrichum truncatun, em condições de campo, sem diferenciar as doenças no momento da avaliação.

Podemos concluir que o uso deste indutor oferece resultados significativos quanto a eficiência em resistência ao ataque patogênico em diversas frentes, mas é sabido que para seu efeito existe um tempo entre a indução e a manifestação dos mecanismos de defesa propriamente ditos, ou as fitoalexinas. Sendo assim seu uso associado aos fungicidas indicados para o controle de determinas doenças pode conferir melhor resposta produtiva, logo gerar mais rentabilidade

Agrotécnico: Inovação e Tecnologia para o Agronegócio

Acesse conteúdos exclusivos sobre as soluções que estão transformando o campo. Aumente a produtividade e sustentabilidade com insights e ferramentas para o setor agrícola.

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos Relacionados

Biocontrole na Agricultura

Biocontrole na Agricultura

O biocontrole, uma prática agrícola que se concentra na utilização de organismos vivos para controlar pragas ou doenças de plantas, está ganhando destaque no cenário agrícola global. Considerado uma alternativa sustentável aos pesticidas químicos tradicionais, o...

Estresse Abiótico e a Liberação de Exsudatos

Estresse Abiótico e a Liberação de Exsudatos

Imagine um mundo invisível, mas repleto de vida e interações dinâmicas. Esse é o mundo solo-planta, onde ocorre uma contínua troca de informações e substâncias. A cada dia, raízes secretam exudatos, moléculas críticas que ajudam as plantas a comunicar, nutrir e...

Função das Antocianinas nas Plantas

Função das Antocianinas nas Plantas

As antocianinas são pigmentos naturais encontrados em plantas, responsáveis por uma ampla gama de cores do vermelho ao azul em flores, frutas e folhas. Essas cores vibrantes atraem polinizadores e auxiliares na dispersão das sementes, desempenhando um papel...