Hormônio vegetal é o conjunto de substâncias orgânicas, com metabolismo e propriedades únicas que ocorrem naturalmente e são responsáveis por influenciar a fisiologia das plantas. Esses, consistem na capacidade de afetar diversos processos em concentrações muito inferiores àquelas em que os nutrientes ou vitaminas afetariam. Os hormônios identificados, apresentam respostas variadas nas plantas, atuando de maneira diferenciada nos órgãos vegetais dependendo da espécie, da fase de desenvolvimento vegetal, da parte morfológica em que o composto está atuando, além das interações entre os hormônios conhecidos, suas concentrações e condições edafoclimáticas.
As auxinas, foram os primeiros hormônios vegetais descobertos e estudados. Sua atuação ocorre em diversas funções essenciais para o desenvolvimento vegetal. De modo geral, quando se fala em auxina endógena, ou seja, aquela produzida pela planta por meio de processos metabólicos, a mais abundante é o ácido indol-3-acético (AIA). Das auxinas sintéticas, as que mais se assemelham com o AIA são o ácido α- naftalenoacético (α-ANA), o ácido 2,4-diclorofenoxiacético (2,4-D), o ácido 2,4,5- triclorofenoxiacético (2,4,5-T), o ácido 2-metoxi-3,6-diclorobenzóico (dicamba) e o ácido 4-amino-3,5,5-tricloropicolínico (picloram).
Este grupo de hormônios é conhecido pela sua dominância apical, que inibem o crescimento das gemas laterais ou axilares. Sua produção ocorre principalmente nessas regiões de intensa divisão celular, especialmente no meristema apical caulinar e em seguida em folhas jovens, frutos em desenvolvimento e em sementes. Seu transporte ocorre do ápice para a base das plantas, atuando de forma unidirecional.
A atuação do AIA está presente em diversas formas sobre as plantas, tais como:
– Inibição e estimulo do crescimento dos caules e raízes;
– Dominância apical;
– Gravitropismo e fototropismo;
– Diferenciação dos tecidos condutores;
– Desenvolvimento dos frutos;
– Inibição da abscisão de folhas e frutos;
Dentre todas as suas atuações, o crescimento do caule é uma das principais formas de visualização da resposta do hormônio na planta. O crescimento ocorre sob determinadas concentrações desse hormônio e, quando temos concentrações acima do ideal, o contrário ocorre, causando uma inibição desses órgãos.Promovem o alongamento celular dos tecidos externos do caule de dicotiledôneas na mesma velocidade que o alongamento dos tecidos internos, dentre outras funções relacionadas ao alongamento celular.
É válido ressaltar que as auxinas promovem o crescimento de caules e coleóptilo e inibem o crescimento de raízes, devido ao fato de as auxinas induzirem a formação de etileno, um inibidor de crescimento de raiz.
Outra atuação conhecida é a dominância apical, onde ocorre a inibição das gemas laterais. À medida que a planta cresce, e a gema apical afasta-se das laterais, a inibição é reduzida permitindo que as gemas laterais mais distantes se desenvolvam.
O fototropismo, é outro fenômeno no qual temos uma forte relação com o AIA pois o crescimento da planta em direção à luz deve-se ao fato da auxina migrar para a região da planta oposta ao sol. Essa maior concentração de auxina no lado mais escuro causa o alongamento dessas células, provocando a curvatura do caule para o lado iluminado.
O desenvolvimento do meristema floral e dos frutos, também estão relacionados com a presença de auxina, exemplo disto é a que, após a polinização e fertilização, o crescimento do fruto depende do hormônio. Além disso o tratamento com auxina na parte feminina da flor (carpelos) de algumas espécies possibilita a produção de frutos partenocárpicos (frutos produzidos sem fertilização), como por exemplo: tomate, pepino e berinjela sem sementes.
Os níveis de auxinas são maiores em folhas jovens e decrescem progressivamente nas folhas maduras tornando-se inexistentes nas folhas senescentes. Por isso, em alguns casos a abscisão pode ser prevenida pela aplicação do hormônio.
Algumas auxinas sintéticas, como o 2,4-D, o dicamba e o picloram – embora induzam respostas de crescimento similares ao AIA em baixas concentrações – quando em concentrações adequadas apresentam ação herbicida; sendo amplamente utilizados no controle de ervas daninhas dicotiledôneas em cultivos de gramíneas. Estes efeitos se devem pela indução da síntese de etileno, que por sua vez estimula a biossíntese de ácido abscísico (ABA), o qual provoca o fechamento estomático, limita a assimilação de carbono, inibe o crescimento e divisão celular e promove a senescência da planta.
O controle homeostático é o responsável por manter as auxinas naturais em níveis ideais a ponto das mesmas não se tornarem letais. Para auxinas sintéticas, o efeito herbicida é eficaz pois estão menos sujeitas a este controle.