Brassinoesteróides: Com efeitos no aumento da resistência ao frio, doenças, estresse salino, germinação e diminuição do aborto de frutos esta categoria de hormônios possui uma grande influência nos diversos aspectos que interferem no desempenho vegetal.
As plantas naturalmente produzem determinados hormônios vegetais (ou fitormônios) que atuam na regulação do seu desenvolvimento e crescimento. Eles determinam se a planta se mantém pequena ou gigante, se suas folhas envelhecem e caem, se as gemas laterais se desenvolvem, etc. Além de atuarem durante todas as fases do crescimento vegetal, estão presentes nos tecidos vegetais em concentrações muito baixas, mas seu efeito é, frequentemente, imenso e drástico.
Essas substâncias químicas, biologicamente ativas, regulam determinados processos fisiológicos e possuem a característica de serem produzidas em uma parte específica da planta e transloucadas para promover a sua ação em outra parte. Atuam como “mensageiros químicos” entre células, tecidos e órgãos das plantas superiores. Os fitormônios formam um grupo bastante numeroso de compostos de uso comercial, divididos em categorias, de acordo com sua estrutura e efeitos.
brassinoesteróides e suas ações
Apesar dos hormônios vegetais ocorrerem de forma natural, seus conteúdos nos tecidos vegetais são bem reduzidos, dificultando seu estudo e suas aplicações exógenas em determinados ramos do agronegócio. Devido à necessidade de quantidades relativamente elevadas desses hormônios para buscar altas produções, o uso de substâncias análogas (sintéticas), provocam reações nas plantas semelhantes aos hormônios naturais. A estas substâncias, se dá o nome de reguladores de crescimento.
Um deles, que apresentam componente lipídico nas células vegetais é a família dos esteróis. Os esteróis contribuem para a formação e a montagem de membranas e cutículas cerosas na superfície de plantas. A maior parte do colesterol em plantas está nas superfícies de vários órgãos (exemplo: legumes e folhas). Algumas famílias de esteróis, tais como os brassinoesteróides, também servem como hormônios, como o fazem em animais (exemplo: estrogênios e testosterona).
Os brassinoesteróides pertencem a uma classe de esteroides com efeitos no aumento da resistência ao frio, doenças, herbicidas, estresse salino, germinação e diminuição do aborto de frutos. Existem cerca de 60 compostos e o mais ativo e abundante nas plantas é o brassínolideo, que atua próximo ao local de onde eles são sintetizados, diferentemente das auxinas e demais hormônios.
Seus efeitos não podem ser considerados de forma isolada, já que estes compostos interagem com outros reguladores de crescimento vegetal endógenos e com sinais ambientais. Suas funções, são quase todas voltadas ao crescimento e desenvolvimento das plantas, tais como:
Divisão celular e expansão da parte aérea: O uso de brassinoesteróides (BRs) em plântulas de soja é observado pelo alongamento mais acentuado do epicótilo em relação as plantas que não recebem determinada aplicação. Atua também na expansibilidade da parede celular, ou seja, para o crescimento celular ocorrer, há necessidade de um “afrouxamento” da parede celular permitindo o crescimento da mesma. Uma vez que ocorre a aplicação do hormônio, ele atuará como um facilitador desse processo.
Formação das raízes laterais: para diversas culturas, nota-se um efeito sinérgico com auxina. Na disponibilidade de brassinoesteróides para a planta, quanto maior a presença das auxinas, maior será a formação das raízes laterais.
Alongamento de caule e raízes: sabe-se que a ação dos hormônios vegetais atua de maneira diferente, apresentando resultados variáveis pois dependem da concentração, do local, do tecido vegetal, do estádio fenológico, etc. Assim, sabemos que quando aplicado em baixa dose, promovem o crescimento da raiz e o aumento das raízes laterais. Em altas doses, reduz o crescimento das raízes laterais.
Reprodução: com presença acentuada no grão de pólen, o BRs atuará na germinação do mesmo e na formação do tubo polínico. Dessa forma é essencial para a fecundação do óvulo e consequentemente a formação do fruto e da semente.
Germinação: nas sementes, atuam em associação com Giberelinas durante o processo de germinação.
Resultados do uso de brassinoesteróides
A utilização deste fitormônio (brassinoesteróides), devido a sua propriedade de crescimento significativo, tem se tornado objeto de pesquisa visando a proteção de plantas contra os estresses ambientais. Uma das primeiras respostas ao estresse hídrico, é a redução na taxa de crescimento foliar, consequentemente a redução na fotossíntese.
Estudos realizados em mamoeiro e abacaxizeiro detectam que aplicações de BRs na dose de 0,64 mg L-1 proporcionaram a maior média estimada do número de folhas. Resultados também evidenciam maior média de diâmetro das plantas além de uma expansão significativa da área foliar.
Uma das características importante e que conferem as plantas maior tolerância ao déficit hídrico é o volume radicular, como o estresse hídrico ocorre de forma gradual, o contato entre a superfície das raízes e do solo é maximizado pela emissão dos pelos radiculares, com consequente aumento da área superficial e capacidade de absorção de água. No arroz, a aplicação do BRs (24-epibrassinolídeo) nas concentrações de 0,1 e 1,0 μM foram capazes de induzir um aumento no comprimento das raízes.
Evidenciado o efeito na redução de estresses vegetais , um trabalho feito em feijão-guandu , mostra que aplicação de brassinosteróide amenizou o efeito salino do NaCl e nas diminuição da área foliar e nos índices de clorofila A e total, que pode influenciar na melhoria da eficiência da fotossíntese . O efeito positivo do hormônio sobre a atividade da enzima nitrogenase, atenuando o efeito do estresse salino na atividade desta enzima, refletiu-se no aumento da concentração de compostos nitrogenados nas folhas verde-maduras e reduziu, ainda, a perda de Nitrogênio nas folhas senescentes.
Conclusão
O uso dos brassinoesteróides minimiza as potenciais perdas que poderão ocorrer no campo e atua em conjunto com demais hormônios proporcionando vários benefícios às culturas.
Apesar da atuação dos hormônios vegetais sempre serem em associadas aos demais hormônios vimos que essa classe de ativos pode gerar efeitos muito característicos e possui uma ação mais característica na diminuição das estresses nas plantas.
Para completar nosso texto deixo o vídeo do professor Rogério O. Anese do IFSC falando deste hormônio.
Você sabia dos efeitos deste hormônio ? Gostaríamos de saber sua opinião sobre o que achou do nosso conteúdo !
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