Fosfitos – Indução de Resistência

por | 18 jun, 2018 | Agrotécnico

É sabido que temos uma boa oferta de tipos de indutores de resistência. Dentre elas temos ainda mais opções quando falamos de Fosfitos, com várias formulações disponíveis do produto em associação a outros nutrientes, como K, Ca, B, Zn e Mn.

Os fosfitos são provenientes da neutralização do ácido fosforoso H3PO3 por uma base (hidróxido de sódio, hidróxido de potássio ou hidróxido de amônio), sendo rapidamente absorvido pela planta e translocado pelo xilema e, posteriormente, pelo floema. O fosfito tem efeito direto sobre patógenos e também atua na ativação do sistema de defesa natural das plantas, podendo estimular a formação de substâncias de autodefesa, protegendo do ataque de patógenos. As respostas observadas por efeito dos fosfitos estão relacionados ao metabolismo do açúcar, à estimulação da rota do ácido chiquímico ou a alterações hormonais e químicas nas plantas.

O fosfito tem efeito direto sobre patógenos e também atua na ativação do sistema de defesa natural das plantas, podendo estimular a formação de substâncias de autodefesa, protegendo do ataque de patógenos.

Quanto a sua parte nutricional , sabe-se que os fosfitos não podem substituir o fosfato no suprimento de fósforo às plantas. Por isso, os mesmos não são aplicados como fonte de P e sim como um “ativador” de defesas das plantas. Os fosfatos são fontes exclusivas de P na nutrição de plantas.

O efeito direto do fosfito no metabolismo de fungos tem sido na atividade direta dos fosfitos de potássio sobre o crescimento micelial de alguns fungos. Contudo, a ação direta dos fosfitos no controle de doenças não deve ser o único mecanismo. Apesar dos fosfitos poderem inibir o crescimento micelial e a esporulação de oomicetos, além de induzir a produção da enzima fenilalanina- amônia-liase (PAL), fitoalexinas e compostos, como a lignina e o etileno, no hospedeiro, o melhor e mais efetivo controle resultaria de uma ação mista com envolvimento também da ativação do sistema de defesa natural da planta.

No entanto apesar de ser um nos mais estudados indutores de resistência , este é também o mais controverso em termos de de resultados. a Seguir listamos alguns trabalhos e o resumo de resultados dos seus autores.

  • Pereira et al. (2010)verificaram que aplicações com fosfitos nas brotações das videiras resultaram em maior proteção das videiras contra o míldio (Plasmopara viticola), tanto nas folhas como nos cachos.
  • Pulverizações de fosfitos de potássio, magnésio ou cálcio reduziram a podridão-do-pé do mamoeiro, o qual o agente etiológico é oomiceto Phytophthora palmivora (DIANESE et al., 2009).
  • Peruch e Brunna (2008)observaram em seu trabalho reduções de 94% e 76% na AACPD e na incidência do míldio (Plasmopara viticola) no cacho, respectivamente, com doses de 0,3% de fosfito de potássio.
  • De acordo com Moreira e May-de Mio (2009), a aplicação do fosfito de K em pré- colheita reduziu em 26,5% a podridão-parda (Monilinia fructicola) em pessegueiro.

Entretanto, em estudos recentes foram obtidos resultados expressivos no controle de outras doenças de plantas com utilização de fosfitos atribuídos à indução de resistência no hospedeiro.Araújo; Valdebenito-Sanhueza e Stadnik (2010) relataram diminuição de 62% na área foliar necrosada por Colletotrichum gloeosporioides com aplicações de fosfito de potássio na formulação 0-40-20, curativamente, às 48 horas após a inoculação em mudas de macieira.

Nojosa et al. (2009)verificaram reduções na severidade da mancha-de-phoma em cafeeiro (Phoma costarricensis) em plantas tratadas com fosfito 2,5 mL L-1 (60,06%) e fosfito 5,0 mL L-1 (63,18%), sendo esses percentuais superiores ao observado em plantas tratadas com fungicida.

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